Estive no final de 2007 e início de 2008 em um dos pontos turísticos de Belo Horizonte (BH), capital de Minas Gerais, a região da Pampulha. Nessa área existem obras arquitetônicas de Oscar Niemeyer (Igreja São Francisco de Assis, Casa do Baile, Museu de Arte e Iate Tênis Clube), além de outras belezas naturais e humanizadas como o Zoológico, Jardim Botânico, estádio Mineirão, ginásio Mineirinho... ufa!!!! É realmente o local a ser visitado pelos turistas que vêm a BH.
Também é destaque na região a Lagoa da Pampulha, artificial, e que foi construída no final da década de 1930 com o objetivo de abastecer a região Norte de Belo Horizonte (hoje já não desempenha mais esse papel) e amenizar os efeitos da chuva . Para as comemorações de Natal de 2007 foi inaugurada uma enorme árvore de natal que flutua nas águas da lagoa e que se tornou a maior atração das comemorações natalinas dos belorizontinos... eu, inclusive, fui até lá para ver e, realmente, ficou muito bonita, toda iluminada, enfim....
No entanto, ao andar pela orla da lagoa para ver a tal árvore, não pude deixar de observar um problema (tenho a impressão de que o enorme contingente de pessoas que visitou essa parte da cidade nesses dias não pode ou não conseguiu perceber, ainda mais que era noite, portanto, escuro). Mas, qual é esse problema? A sujeira das águas, fruto do lixo e do esgoto jogados ali. Tirei algumas fotos para comprovar isso e estão logo abaixo:
Ao fundo a árvore de natal flutuante na Lagoa da Pampulha e em primeiro plano os canos para lançamento de esgoto nas águas da lagoa. (Foto tirada por Paulo Braga - 02/01/2008)
Lixo nas águas da Lagoa da Pampulha (Foto tirada por Paulo Braga em 02/01/2008)
Ora, a degradação ambiental da região é uma questão que remonta já à década de 1940, principalmente em virtude da poluição dos ribeirões e córregos que desaguam na lagoa. Esses cursos d´água fazem parte da Sub-Bacia da Pampulha, integrante da Bacia do Rio das Velhas e, portanto, da Bacia do Rio São Francisco. Há, porém um agravante: as águas dos cursos d´ água que formam a lagoa percorrem dois municípios: Contagem e, é claro, Belo Horizonte. Como lidar com o problema em Belo Horizonte, se a origem não está restrita apenas aos limites do município?
A solução passa pelo conceito de gestão metropolitana, ou seja, a tentativa de pensar em conjunto as soluções para os problemas urbanos dos municípios que compõem a região metropolitana, no caso, a de Belo Horizonte (RMBH), da qual Contagem faz parte. É uma questão fácil? Claro que não! No entanto, é urgente e, infelizmente, não passa apenas pela resolução de problemas ambientais, mas também de saúde, saneamento básico, transporte, enfim...