terça-feira, 25 de outubro de 2011

A Rússia e a região do Cáucaso

A Federação Russa é o maior país do mundo em extensão e era uma das muitas repúblicas da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) que se desintegrou no final da década de 1980 e início da de 1990. Por ter uma grande extensão territorial, a Rússia ocupa terras de dois continentes: Ásia e Europa, mas a maior parcela fica no primeiro.

O país, por ter uma enorme área, apresenta também uma significativa diversidade étnica (mais de 100 grupos) e religiosa (cristãos, muçulmanos, etc), que se expressam em seus vários “estados” ou repúblicas.

Uma das repúblicas mais problemáticas do ponto de vista da manutenção em território russo é a Chechênia, formada por uma população majoritariamente muçulmana (islâmica). Essa república declarou independência em 1991, fato que não foi recebido com bons olhos pela Rússia que passou a investir pesado em ataques militares na área.

Antes de falarmos com detalhes desse problema na Chechênia, é importante conhecer a região onde fica essa república e que está localizada na porção europeia da Rússia: a região do Cáucaso.


Região do Cáucaso

O Cáucaso é uma área montanhosa que apresenta grande complexidade étnica, nacional, religiosa e linguística. De forma genérica, o Cáucaso se estende por uma área que envolve conjuntos montanhosos, planaltos e vales fluviais compreendida entre os mares Negro e Cáspio.

Quanto aos Estados localizados na região pode-se fazer a seguinte separação: a parte sul, compreende a Geórgia, a Armênia e o Azerbaijão, países conhecidos como repúblicas do Cáucaso e que, até 1991, fizeram parte da antiga União Soviética. Com a desintegração da URSS, tornaram-se independentes e hoje são filiadas à Comunidade dos Estados Independentes (CEI); na porção norte, encontram-se 8 repúblicas e regiões autônomas que fazem parte da Federação Russa, dentre elas a República da Chechênia, o Daguestão e a Ossétia do Norte. Observe o mapa para entender melhor:

Províncias separatistas do Cáucaso
(http://migre.me/5ZxQe)


A Geórgia, a Armênia e o Azerbaijão são países que atualmente apresentam uma economia em fase de transição: só antigo modo de produção socialista para o capitalista. Alguns problemas são comuns a todos os três países, como a corrupção generalizada dos governos, o narcotráfico e a prostituição.

Recentemente, no ano de 2003, o então presidente da Geórgia, Eduard SheShevardnadze renunciou, deixando seu lugar interinamente para Nino Burdjanadaze, de 39 anos, a ex presidente do Parlamento do país. Uma das primeiras afirmações da nova presidente foi que o objetivo da Geórgia era “ser membro da família europeia, membro da aliança euroatlântica”.

Tal afirmativa é uma clara demonstração de que a Geórgia, como uma das antigas repúblicas soviéticas, está tentando transitar do antigo modo de produção socialista para o capitalismo e, acima de tudo, se inserir na nova ordem mundial marcada pela globalização. Para tanto, tem a pretensão de adentrar um dia na União Europeia, um dos principais e mais bem estruturados blocos econômicos do mundo atual.

Já o Azerbaijão, assim como a maior parte da região do Cáucaso, conta com boas reservas petrolíferas. No entanto, esse país não tem acesso a mares abertos e o petróleo extraído na região de Baku (a capital), junto ao Mar Cáspio (um mar fechado), tem que ser escoado através de oleodutos para mares abertos mais próximos, como o Negro e o Mediterrâneo.

Até 1991, o problema do escoamento praticamente não se colocava, visto que o petróleo era produzido no país, então uma das repúblicas da URSS e, portanto, os oleodutos e os portos que escoavam o produto estavam em território soviético.

Com a desintegração da URSS, o Azerbaijão ficou independente e passou a ser dono de seu petróleo. Entretanto, toda a região do Cáucaso, assim como os países da Ásia Central, vêm assistindo uma acirrada disputa pela construção e traçado de novos oleodutos e gasodutos que envolvem três protagonistas: os Estados produtores, os países desejosos em “ceder” seus territórios e portos para o escoamento dos hidrocarbonetos e, é claro, as grandes transnacionais do petróleo. Todo esse processo envolve uma série de interesses que, muitas vezes, não são convergentes.

 

3 comentários:

Matheus disse...

Ótima matéria!

Matheus disse...

Aproveito para dar os parabéns pelo espaço!!

Paulo Braga disse...

Valeu, Matheus!