Ao se falar em continente africano, duas regiões devem ficar claramente delimitadas em nosso pensamento: a África Setentrional (do Norte ou Islâmica) e a África Meridional (do sul ou Subsaariana). O limite natural de ambas é o deserto do Saara. Observe o mapa abaixo:
Os países da África Setentrional apresentam características semelhantes às do Oriente Médio, como por exemplo, a religião predominantemente islâmica ou muçulmana e a população basicamente branca, de origem árabe.
Já a África Meridional apresenta uma maior extensão territorial e a maioria de sua população é negra. Quanto as religiões, nessa área convivem lado a lado aquelas introduzidas pela colonização européia, como o cristianismo, e o animismo (doutrina segundo a qual as forças da natureza possuem alma). Nessa região concentram-se alguns dos problemas mais sérios em termos econômicos e sociais do mundo, como a desnutrição, a miséria, a pobreza e o maior número de casos de portadores do vírus HIV (vírus da AIDS).
Cada vez mais a África se distancia do chamado mundo desenvolvido e uma das razões que pode explicar tal fato é que boa parte da região ficou sob domínio europeu desde o século XV até meados do século XX, sendo totalmente explorada, em termos de recursos naturais e humanos (grandes grupos foram transformados em escravos).
Além disso, o continente foi repartido entre os europeus de forma totalmente arbitrária e equivocada, como pode-se perceber pelo traçado dos países. Essa “partilha” não levou em consideração, por exemplo, os diferentes grupos étnicos existentes naquela área. Resultado: grupos étnicos diferentes permaneceram unidos dentro de um mesmo território, o que corroborou para o afloramento de guerras civis entre esses grupos no interior de um mesmo país. O exemplo mais claro desse conflito ocorreu em Ruanda, em 1994, onde representantes da etnia Hutu, que tinham o poder no país, mataram aproximadamente 1 milhão de pessoas da etnia Tutsi.
Além do exemplo anterior, outros podem ser citados, como a guerra civil na República Democrática do Congo (ex-Zaire), em Angola, em Serra Leoa, no Zimbábue, na Nigéria, na Libéria e no Sudão, que serão detalhados em outras postagens.
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