sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Série África: Angola

Angola, país situado na porção meridional do continente (mapa abaixo) foi, durante muitos anos, uma colônia portuguesa, só alcançando a independência em 1975, após vários anos de guerrilha armada.




Entretanto, após a referida independência vários grupos lutaram internamente pelo poder, sendo apoiados pelas duas grandes potências da chamada Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética. Dentre esses grupos, destacaram-se o Movimento Popular para a Libertação de Angola - MPLA (apoiado pelos soviéticos) e a União Nacional para a Independência Total de Angola – UNITA (apoiada pelos estadunidenses).
Posteriormente, esses movimentos se transformam em partidos políticos e concorrem às eleições no país. Aos poucos, a União Soviética e os Estados Unidos vão deixando de apoiar os já constituídos partidos políticos, o que não contribui para o fim dos conflitos internos.
Somente em 2002 a guerra civil angolana chega ao fim, mas o quadro que se estabelece no país não é dos mais confortáveis. Isso porque o país foi quase totalmente destruído pela guerra: os campos agrícolas e as indústrias quase inexistem, a maior parte da população está abaixo da linha de pobreza e cerca de 70% dela está desempregada.
As riquezas naturais, notadamente petróleo e diamantes, foram extensamente exploradas e os seus lucros divididos entre uma minoria da população formada basicamente pelos governantes. Juntam-se a isso a corrupção generalizada e um dos maiores entraves ao crescimento do país, as 6 milhões de minas terrestres existentes no solo angolano, o que corresponde a uma bomba para cada dois habitantes do país.

Placa avisando dos perigos das minas
Minas desativadas no país
Consequências do pisoteio em minas


O Brasil é um dos países que mais tem contribuído para o soerguimento de Angola, fato esse que se traduz no estabelecimento de empresas do ramo de construção civil e de bens de consumo.



quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Série África: Nigéria

A Nigéria se encontra na porção ocidental (na cor rosa no mapa abaixo) e é o país mais populoso da África, com mais de 120 milhões de habitantes. Como a imensa maioria dos Estados africanos, a Nigéria é uma construção política artificial criada pelos europeus, no caso pelo colonialismo britânico.


Grande parte da população professa a religião muçulmana, principalmente na porção norte do país. Entretanto, o Estado é governado por um presidente cristão. Desde o ano 2000, em cerca de 12 dos mais de 30 estados federados, está em vigor a estrita observância da sharia (lei islâmica que julga casos considerados criminais).

Estes fatos desencadearam confrontos de caráter religioso que deixaram um saldo de mais de duas centenas de mortos e cerca de mil feridos. Os distúrbios aconteceram não só em Abuja, a capital, como também em algumas das principais cidades dos estados do norte do país.

O país, na verdade, é uma verdadeira mistura étnica: mais de 250 etnias, convivem lado a lado, mas três delas são demograficamente dominantes. Na porção norte do país estão os haussas-fulanis, aproximadamente 32% da população total e que em sua maioria professam o islamismo. O sudoeste é a área por excelência dos iorubas, cerca de 21% do efetivo demográfico, parcialmente cristianizados, islamizados e animistas. Por fim, a terceira grande etnia, a dos ibos, cerca de 18%, em grande parte cristãos, têm como núcleo o sudeste do país.

Se os três grandes grupos representam cerca de 70% da população, o restante forma um quarto agrupamento constituído por mais de 240 etnias, algumas delas compostas por apenas alguns milhares de indivíduos, mas que não são destituídas de influência. Com efeito, essas minorias estão bem representados nas forças armadas (instituição de muita influência) e formam a maioria da população nos estados federais do sudeste, onde estão as principais jazidas de petróleo e gás natural.

Deve-se lembrar que a Nigéria é um dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP e que o petróleo e o gás natural produzidos internamente correspondem às principais riquezas do país, o que perfaz mais ou menos 90% de suas exportações.

Portanto, o arrefecimento de conflitos internos nesse país pode ser explicado por aspectos étnicos, religiosos e econômicos. Todos esses três fatores interagem entre si, perfazendo um quadro caótico de diversidade, poder e, acima de tudo, de conflito.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Série África: Libéria

País localizado na porção ocidental da África (no mapa abaixo em amarelo), faz fronteira com Serra Leoa e vive problemas parecidos com os encontrados naquele país: miséria, pobreza, vírus da AIDS e conflitos internos.


Duas frentes rebeldes lutam no país, os Liberianos Unidos pela Reconciliação e Democracia – LURD e o Movimento pela Democracia na Libéria – MODEL. O então presidente Charles Taylor deixou o poder em 2003 após renunciar e ficou a cargo de seu sucessor, Moses Blah, a tarefa de fatiar um novo governo com as duas frentes rebeldes o que, naturalmente, não é nada fácil. Ainda por cima, Blah, o então vice-presidente, também é acusado de envolvimento com os crimes de Taylor.

Charles Taylor é acusado, dentre outras coisas, de ter acumulado uma fortuna patrocinando operações militares rebeldes nas áreas de mineração de diamantes de Serra Leoa e ainda de eliminar opositores políticos e até etnias inteiras em seu país.

Os desmandos de Taylor e as atrocidades da guerra civil deterioraram uma situação social que já era grave.

Os indicadores sociais são extremamente ruins, podendo-se citar a baixíssima expectativa de vida, que é de 41,5 anos.

Os estadunidenses, apesar dos laços históricos que os unem a Libéria (alguns escravos que "chegaram" aos EUA foram retirados forçadamente desse país) só aceitaram enviar soldados para garantir a paz com a condição de serem apenas uma força de apoio a um contingente bem maior formado basicamente por tropas nigerianas.

Uma indagação deve ser feita nesse caso: se o país possuísse enormes reservas petrolíferas, como o Iraque, a intervenção dos EUA não seria mais direta e rápida? Possivelmente sim, visto que poderia se considerar, sem um mínimo de esforço, que as atitudes de Taylor seriam uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos... os estrategistas estadunidenses não teriam dúvida....

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Série África: Serra Leoa

País localizado na porção ocidental do continente (mapa abaixo, em vermelho) foi uma colônia inglesa até conseguir a independência entre 1961 e 1968.



A principal riqueza desse país é o diamante e a sua exploração é realizada por uma máfia, responsável também pela venda desse produto no mercado internacional. Inclusive, um filme lançado em 2006 mostrou parte do esquema. Intitulado "O Diamante de Sangue" o filme, que conta com Leonardo Di Caprio em seu elenco, alcançou relativo sucesso.


No âmbito interno, tal exploração é responsável pela mutilação de inúmeras pessoas que tentam roubar pepitas de diamante. Quando os “donos do negócio” descobrem o roubo, ordenam o corte de membros superiores dos “ladrões”. É comum, portanto, a mutilação das mãos ou dos braços.

Uma piadinha sarcástica pode claramente ilustrar o exposto acima: na hora da mutilação os responsáveis pelo ato perguntam para a vítima: “você quer ‘manga curta’ ou ‘manga comprida’” . O que se pode traduzir como, respectivamente, corte das mãos e corte dos braços.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Série África: República Democrática do Congo

Os violentos conflitos e tensões étnicas que passaram a ocorrer em Ruanda, a partir de 1994, transbordaram para o território de países vizinhos como já foi mostrado, principalmente na República Democrática do Congo (RDC). Observe mapa abaixo que mostra a localização da RDC (destacada em amarelo).


Sendo assim, esse país, o segundo mais extenso da África, que tem um território que se confunde, em grandes linhas com a bacia do rio Congo, também começa a apresentar um quadro de caos, favorecido em grande medida pelo enorme afluxo de pessoas que fugiam da guerra em Ruanda e buscavam abrigo em seu território. Misturam-se a isso alguns conflitos que surgiram na região oriental do país, o que contribuiu para que o regime do então presidente-ditador Mobutu (desde 1965 no poder), que já vinha sendo pressionado por todos os lados, ruísse em 1997.


Após a saída do ditador, outras rebeliões afloraram no país, o que culminou na morte de vários indivíduos e no envio de forças de paz para amenizar os ânimos locais.

domingo, 17 de agosto de 2008

Série África - Ruanda

Ruanda é um país localizado na porção sul do continente (África Meridional ou Subsaariana). Observe o mapa abaixo.


Inicialmente o país havia sido uma colônia alemã e, posteriormente passou para o poderio da Bélgica, se tornando independente em 1962.


O conflito envolvendo esse país é, na verdade, de ordem interna, visto que envolve populações mais ou menos próximas de duas etnias principais, os tutsis e os hutus.


A aceleração dos conflitos entre hutus e tutsis resultou, parcialmente, da luta por terra férteis num pequeno país cuja densidade demográfica é de aproximadamente 300 habitantes por km2. Além disso, divergências de ordem política também contribuíram para a emergência do conflito.


Em abril de 1994 o então presidente de Ruanda é destituído. Logo após esse episódio, o país mergulha no horror, fato esse traduzido pela morte de mais de 1 milhão de pessoas, majoritariamente da etnia tutsi, que foram assassinados por milícias de origem hutu.

Em junho do mesmo ano a comunidade internacional, através da Organização das Nações Unidas (ONU) intervém e cria um tribunal destinado a julgar os responsáveis pelo genocídio. Na verdade, esse ato só ocorre em virtude da exacerbação do número de refugiados que foram se avolumando em um país vizinho, a República Democrática do Congo (RDC), o antigo Zaire. Nesse interím, forças de paz enviadas pela ONU tentam manter a ordem nesse país.


OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Um grande filme foi produzido para retratar os horrores dos acontecimentos no país. “Hotel Ruanda” é o título desse filme/documentário, cuja sinopse é a seguinte:
Em 1994 um conflito político em Ruanda levou à morte de quase um milhão de pessoas em apenas cem dias. Sem apoio dos demais países, os ruandenses tiveram que buscar saídas em seu próprio cotidiano para sobreviver. Uma delas foi oferecida por Paul Rusesabagina (Don Cheadle), que era gerente do hotel Milles Collines, localizado na capital do país. Contando apenas com sua coragem, Paul abrigou no hotel mais de 1200 pessoas durante o conflito.

sábado, 16 de agosto de 2008

Série África - Caracterização do continente

Ao se falar em continente africano, duas regiões devem ficar claramente delimitadas em nosso pensamento: a África Setentrional (do Norte ou Islâmica) e a África Meridional (do sul ou Subsaariana). O limite natural de ambas é o deserto do Saara. Observe o mapa abaixo:


Os países da África Setentrional apresentam características semelhantes às do Oriente Médio, como por exemplo, a religião predominantemente islâmica ou muçulmana e a população basicamente branca, de origem árabe.

Já a África Meridional apresenta uma maior extensão territorial e a maioria de sua população é negra. Quanto as religiões, nessa área convivem lado a lado aquelas introduzidas pela colonização européia, como o cristianismo, e o animismo (doutrina segundo a qual as forças da natureza possuem alma). Nessa região concentram-se alguns dos problemas mais sérios em termos econômicos e sociais do mundo, como a desnutrição, a miséria, a pobreza e o maior número de casos de portadores do vírus HIV (vírus da AIDS).

Cada vez mais a África se distancia do chamado mundo desenvolvido e uma das razões que pode explicar tal fato é que boa parte da região ficou sob domínio europeu desde o século XV até meados do século XX, sendo totalmente explorada, em termos de recursos naturais e humanos (grandes grupos foram transformados em escravos).

Além disso, o continente foi repartido entre os europeus de forma totalmente arbitrária e equivocada, como pode-se perceber pelo traçado dos países. Essa “partilha” não levou em consideração, por exemplo, os diferentes grupos étnicos existentes naquela área. Resultado: grupos étnicos diferentes permaneceram unidos dentro de um mesmo território, o que corroborou para o afloramento de guerras civis entre esses grupos no interior de um mesmo país. O exemplo mais claro desse conflito ocorreu em Ruanda, em 1994, onde representantes da etnia Hutu, que tinham o poder no país, mataram aproximadamente 1 milhão de pessoas da etnia Tutsi.

Além do exemplo anterior, outros podem ser citados, como a guerra civil na República Democrática do Congo (ex-Zaire), em Angola, em Serra Leoa, no Zimbábue, na Nigéria, na Libéria e no Sudão, que serão detalhados em outras postagens.


Série África

Pessoal,
começo hoje uma série de postagens com o tema África. Na verdade, consiste em textos sobre diversos países africanos, com destaque para Ruanda, Angola, Serra Leoa, Zimbábue, Libéria, Sudão e República Democrática do Congo...

Inicialmente começo com uma caracterização do continente. Boa leitura!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

China: considerações importantes

Muito se fala na atualidade sobre o crescimento econômico da China, sobre a potência que o país está se tornando em termos econômicos. Em parte essas afirmativas são verdadeiras, mas somente parcialmente.



Na verdade, a economia da China vem se tornando muito grande, mas não atinge a todo o território do país por igual, nem tampouco a toda a sua população, ao contrário do que a mídia (televisão, jornais, etc) tem mostrado.


Há uma clara diferenciação entre as porções leste (oriental), central e oeste (ocidental) do país. A porção leste é, historicamente, a de maior importância econômica, industrializada e fortemente urbanizada; já a central é de economia agrária e pobre; a porção oeste também é basicamente agrária, mas apresenta uma ocupação pouco efetiva por parte da população.
A parte oriental (leste), principalmente nas proximidades do litoral pacífico, vem apresentando um maior desenvolvimento fruto da concentração de atividades econômicas de maior rendimento. É justamente nessa porção que se localizam as ZEE’s – Zonas Econômicas Especiais – áreas que têm atraído grandes empresas multinacionais japonesas, européias e estadunidenses em virtude de inúmeras vantagens, como impostos mais baixos, doação de terrenos, baixo preço da mão de obra local, etc. A parte oriental é, portanto, a que possui a melhor e maior infra-estrutura em termos de transportes e telecomunicações do país, além de ser a que mais recebeu investimentos por parte do governo local.


A parte central mantém a sua tradição agrária, com a importância crescente das atividades ligadas ao campo (agricultura e pecuária). É nessa parte que se localizam os chamados cinturões agrícolas ao longo dos vales dos principais rios como o Hoang-Ho (rio Amarelo) – cinturão do trigo –, e o Iang Tse-Kiang (rio Azul) – cinturão do arroz. Nessa região os salários são, em média, a metade da porção oriental.
A parte ocidental (oeste) apesar de compreender mais de 60% da área do país, concentra uma pequena população total, principalmente em virtude das condições físicas de seu território. Há regiões desérticas e altas cadeias montanhosas que dificultam bastante a ocupação humana e, portanto, o desenvolvimento de atividades econômicas mais produtivas. As porções central e oeste apresentam, portanto, uma infra-estrutura mais precária do que a leste.


Como se percebe pelas linhas anteriores, a China é muito desigual em termos territoriais e regionais, já que a porção leste (oriental) tem uma importância econômica maior do que as demais (central e oeste). No entanto, o governo local, comandado pelo PCC – Partido Comunista Chinês – já tem tomado medidas no sentido de interiorizar o crescimento que existe no leste para o centro e oeste do país, através da construção de rodovias e melhoramento da infra-estrutura.
Outra questão que chama a atenção sobre a China é o tamanho de sua população, a maior do mundo, com 1 bilhão e 300 milhões de pessoas. Esse total representa, nada mais nada menos do que um quinto da população mundial.


Cerca de dois terços da população chinesa, aproximadamente 870 milhões de pessoas vivem nas áreas rurais (campo) onde as condições de vida não são nada fáceis. E mesmo na área urbana, nem todos têm acesso às melhorias que vêm ocorrendo no país, pelo contrário, ainda são poucos os que conseguem usufruir dessas questões. Tudo isso ocorre porque há uma enorme desigualdade social e uma grande concentração de renda, ou seja, muitos com pouco ou quase nada e poucos com muito.
Para exemplificar tal fato, basta dizer que a metade da população, cerca 650 milhões de pessoas, vivem com menos de 2 dólares por dia e que em cada dez habitantes, seis não têm acesso a saneamento básico.

Há ainda o que se chama de política do filho único, ou seja, os casais só podem ter um filho e quem desrespeita a lei paga por isso. Esse pagamento, na verdade é feito na forma de pesados impostos sobre cada um dos filhos que o casal tem a mais. Mas, por que existe essa política? O objetivo principal é, sem dúvida, a tentativa de controlar o crescimento populacional, o que leva a população a tomar medidas como a esterilização (no caso das mulheres) ou a vasectomia (homens).

A China em 2003 se tornou o terceiro país do mundo a lançar um homem ao espaço, com o objetivo de dar algumas voltas em torno da Terra. Antes dela, a antiga União Soviética e os Estados Unidos haviam alcançado tal feito.


O governo central, comandado pelo PCC – Partido Comunista Chinês – é um dos mais autoritários do mundo. Além de tomar medidas como a adoção da política do filho único, outras ações vêm sendo tomadas, desagradando a muitas pessoas. Uma delas é o controle de toda a produção jornalística do país e dos acessos à Internet. Cerca de 50 milhões de pessoas têm acesso à rede no país, mas não conseguem se conectar a qualquer site que desejarem, visto que há uma série de proibições a certos temas, como por exemplo “direitos humanos”. Os servidores são obrigados a informar às autoridades sempre que alguém tenta esse tipo de acesso.


Merece destaque ainda, quando se fala de China, o grande número de execuções realizadas fruto da adoção da pena de morte no país. Segundo estimativas, a China é o país campeão mundial em número de execuções (os condenados levam um tiro na nuca) e ainda seus familiares são cobrados pela bala usada na morte.
Sem dúvida nenhuma, a China é o país que mais tem crescido em termos econômicos do mundo nos últimos anos, chegando a incomodar as grandes potências, como os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha. No entanto, tal crescimento não tem se traduzido em melhorias significativas para a grande parte de sua população. Apenas uma pequena parcela tem conseguido ter acesso a esses benefícios.

Depois da inatividade...

Passei um bom tempo (cerca de 6 a 7 meses) sem postar nada... mas agora estou de volta à "blogosfera" e espero que com força total.

Vou começar postando um texto sobre a China (local dos jogos olímpicos de 2008) com diversas informações sobre o país. Informações do ponto de vista sócio-econômico e político que você pode ler no próximo tópico... boa leitura! Comentem, por favor...